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segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Saiba como combater a inflamação crônica, inimiga oculta da balança


Fazer detox de tempos em tempos e cortar do cardápio todos os alimentos com glúten ou lactose — ou ambos —, mesmo se você não tem nenhum tipo de intolerância. Além de modismos nutricionais que fizeram muita gente emagrecer recentemente, essas três dietas possuem algo em comum: combatem a inflamação do organismo. Apesar de não ser um fator que se costume levar em consideração na hora de decidir entrar na dieta – já ouviu alguém dizer “Estou com o organismo muito inflamado, vou fazer regime”? —, a inflamação é, na realidade, o x da questão.
Inchaço, má digestão, prisão de ventre, gases, sensação de cansaço, dor de cabeça constante, envelhecimento precoce e até mesmo celulite e acne podem ser consequências dessa condição. Além disso, quanto mais inflamado, maior é a tendência do organismo a acumular tecido adiposo – o que explica os quilos a mais. Um estudo realizado pelo laboratório de nutrição da Escola de Educação Física e Esporte da USP mostrou que, nos quadros inflamatórios crônicos, a quebra das células de gordura tende a diminuir. “Ou seja, a redução da inflamação facilita o processo de emagrecimento”, explica o professor titular de nutrição da USP Antonio Herbert Lancha Jr. “Essas toxinas sobrecarregam especialmente o fígado e o intestino, provocando sintomas crônicos que a maioria das pessoas possui, mas desconhece a razão e por isso não sabe como tratar ”, explica a nutricionista funcional carioca Patricia Davidson Haiat.
Andrew Weil, papa da dieta anti-inflamatória nos Estados Unidos; para reduzir as toxinas, vale um cardápio repleto de legumes, verduras, frutas e ômega 3, proveniente de salmão, azeite e castanha-de-caju
Papa da dieta anti-inflamatória nos Estados Unidos e um dos queridinhos de Gwyneth Paltrow, Andrew Weil, diretor do Centro de Medicina Integrada da Universidade do Arizona, explica que a inflamação nem sempre é ruim — quando é uma defesa contra infecções, por exemplo. “Mas quando ela persiste, sem motivo aparente, torna o organismo mais frágil e propenso a contrair doenças”, avalia. A boa notícia é que as dietas têm, sim, o poder de interromper o processo. A má é que todas elas exigem que você corte vários (vários mesmo) itens do cardápio. Além de glúten e lactose, são banidos açúcar, carne vermelha, alimentos à base de ômega 6 (como linhaça, óleos de milho e de girassol, lula e peixes de água quente), frituras, produtos industrializados, bebidas alcoólicas, refrigerantes (mesmo os diets) café e adoçante.
Hoje, a maioria dos nutricionistas classifica os alimentos a partir de seu potencial inflamatório. Se a ideia é reduzir as toxinas, aposte (sem abusar) em gordura boa (ômega 3), proveniente de salmão, sardinha e outros peixes de água fria, azeite e castanha-de-caju. E também em legumes, verduras, frutas, chá-verde, gengibre, arroz integral, quinua, algas marinhas e limão. Especialista em nutrição, Weil diz que sua Wellness Diet não é simplesmente um programa de perda de peso, embora as pessoas emagreçam horrores com ele. “Além de desintoxicar, também estabiliza  os níveis de açúcar e acelera o metabolismo, o que ajuda muito na queima de calorias”, explica. “Mas você vai precisar adotar uma nova maneira de se alimentar e de viver”, avisa. Ou seja, a ideia é manter a restrição alimentar para sempre — ou quase sempre. Ainda dá para tomar um drinque (um mesmo) ou comer um docinho (pequeno, tipo brigadeiro) no fim de semana. (CLAUDIA MIRANDA)


Font; Vogue

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